Dá pra saber se o que estou sentindo é medo ou intuição?
Claro que antes de entrar nesse assunto, é sempre de bom tom avisar que cada experiência é única e cada um sente as informações de jeitos diferentes. Autoconhecimento é sempre bom para conhecermos nosso próprio repertório.
Mas trago aqui uma dica que funciona para mim, e pode servir de norte para você :)
Eu costumo categorizar minhas emoções em temperaturas: emoções quentes, mornas e frias.
As quentes são as mais agradáveis, as mornas são aquelas que tanto faz (ou que precisam de tempo para serem amadurecidas), e as frias são as que me causam algum tipo de desconforto (o que nem sempre é uma coisa ruim, mas depois eu falo sobre isso).
Dito isso, vou descrever 3 situações que aconteceram comigo:
1- Sempre quis praticar Kung Fu, mas de pensar em entra em uma academia eu era tomada pelo pânico (tenho fobia social). Um belo dia, fui com medo mesmo, um medo que me aquecia o peito e incendiava as pernas.
Isso foi a 15 anos atrás, e treino até hoje (e amo).
2- Fui chamada para fazer entrevista em uma editora X. Na primeira entrevista, meu peito estava gelado, meu pescoço estava gelado, me perdi no caminho (e era um caminho bem conhecido para mim), cheguei atrasada e descabelada. Me pediram para voltar na semana seguinte, para falar com o dono, e adivinha se não aconteceu a mesma coisa?
Me perdi, me atrasei, meu pescoço gelado, meu peito gelado.
Na tal entrevista com o dono percebi o motivo do meu medo (pensa numa entrevista que mais parece uma sessão de fofoca, e as informações vitais mesmo eram tratadas com descaso).
Recusei a proposta, saí de lá me sentindo derrotada por mim mesma (atribuí todo o meu mal-estar a minha incapacidade).
Uns 6 meses depois descobri que o setor onde eu trabalharia nesta editora X tinha sido extinto, e que a própria empresa passava por uma situação financeira extremamente delicada.
3- Em uma apresentação de Kung Fu em um evento grande de motos, do nada meu Professor me escala para falar no microfone algumas palavras sobre nosso estilo (lembrando que tenho fobia social).
Senti minhas pernas mornas, meu pescoço lentamente esquentando, mas consegui fazer a famosa "cara de paisagem", peguei o microfone e falei por 5 minutos.
Nestas 3 situações as sensações de quente-morno-frio ficaram bem definidas para mim.
Recentemente vi alguém comentando que "um bom jeito de saber quando era o nosso medo ou a nossa intuição falando era reparar na temperatura: se deu medo gelado, é intuição. Se deu medo morno ou quente, é só a nossa resistência mesmo", e achei curioso alguém mais categorizar desta forma.
Sabe aquela sensação estranha que você tem antes de entrar em uma rua desconhecida? Ou de investir algum valor em algo que você não domina? Ou ainda aquele medo antes de chegar em alguém para falar alguma coisa?
Qual a temperatura das suas mãos nessas horas?
Repare nisso.
Pode ser uma dica boa para você conseguir ouvir a sua intuição.
Boa sexta para nós :)
MÚSICA ⋆ WHATEVER IT TAKES, Imagine Dragons ⋆ Ouvir no Youtube
Que interessante.. ❤️ somos tao complexos né 🥰 amei sua auto observação amada 🥰❤️
No meu caso, o padrão não existe. Principalmente se tem medo envolvido.. aí, a única coisa que existe é um sim ou um não bem dentro do meu coração. Ok, o corpo as vezes se fecha tb, quando é um nao. O corpo todo. (Mas com medo isso pode acontecer tb). E o que fortalece a minha intuição são as minhas ESCOLHAS. Quando eu me investigo, sinto, e 'acho' que se trata de intuição eu sigo. E só sigo, sem o julgamento de estar carta ou errada. E essa escolha é a chave. É a repetição dessa escolha que vai tornando mais claro o si…
Achei muito interessante! Vou tentar reparar na temperatura a partir de agora ☺️
Eu já tinha ouvido o Gasparetto falar que a intuição podia ser sentida no corpo, que existe uma sabedoria ali falando com a gente o tempo todo. Mas eu nunca tinha ouvido falar desse lance da temperatura. Muito interessante. Vou prestar mais atenção 🙏🏻💙