Quando você se olha no espelho, o que você vê?
Você enxerga as suas marcas, os seus traços, seus contornos e defeitos?
Ou você enxerga a sua história na sua frente?
Todos os seus percalços, quedas, lutas e vitórias?
Como você reage ao que vê? Você desvia os olhos ou consegue se acolher?
Que sentimentos te visitam quando você está sozinha (o) diante de ti?
Raiva, culpa, vergonha?
Ou compaixão, gratidão e amor?
É curioso pensar que nós só conseguimos nos ver através dos reflexos.
Que o nosso rosto é mais conhecido por aqueles que caminham ao nosso lado, do que por nós mesmos.
Mas a verdade é que não somos o rosto refletido, nós apenas estamos, por um tempo, com esse rosto.
Ele é apenas um contorno do que somos e embora não seja um reflexo real da nossa verdadeira identidade, ele, de certo modo, consegue revelar muito do que somos.
Nossa consciência está conectada ao nosso corpo e portanto ele está impregnado com a nossa energia.
Talvez por isso seja um pouco desafiador olhar para nós mesmos. Pois o nosso próprio reflexo revela mais do que gostaríamos de ver. Ele evoca coisas que estão adormecidas no nosso inconsciente, negligenciadas pelo nosso próprio arbítrio.
Isso é tão verdadeiro que o espelho é considerado em muitas tradições como um objeto mágico, capaz de revelar coisas que estão além do que os nossos olhos podem ver.
Ali, no espelho, vemos as cicatrizes que a vida nos deixou, as marcas das nossas trajetórias. Tudo aquilo que nos tornamos ao atravessar o caminho que a vida nos propôs. Toda dor e toda a beleza estão ali, refletidas diante de nós.
E se olharmos com atenção veremos sinais que trazemos há muito tempo conosco. São as marcas que carregamos no espírito, mas que de alguma maneira reverberam no nosso eu de agora.
Hoje eu gostaria de te convidar a estar contigo diante do espelho e a se olhar nos olhos, se acolher.
E se não for possível se acolher, ao menos acolha os sentimentos que te visitarem.
Sorria para si mesma (o) e sinta a tua própria presença por trás do rosto refletido.
Aceite que você é mais do que os seus olhos veem e ainda aceite o que os seus olhos veem, também.
É preciso honrar onde estamos para compreendermos o que somos.
A partir desse encontro, do nosso olhar amoroso, podemos integrar tudo o que somos e transmutar tudo aquilo que temos carregado dentro de nós.
E aquelas partes que evitamos olhar passam a pertencer ao eu e uma grande alquimia se torna possível, somente pelo olhar.
Aquilo que parecia feio, errado, ganha uma dimensão espiritual, eterna e até por isso sagrada.
Esteja contigo, e se permita estar em paz!
Não se surpreenda se uma onda de amor te envolver!
Um lindo dia pra você!
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Quando me olho fixamente nos olhos em frente ao espelho tenho uma sensação de estar me olhando de fora do corpo, sabe? Como seu meu corpo fosse não fosse eu. E isso de uma forma muito positiva, não é rejeição. O que me vem é que estou me olhando através da alma e, de fato, esse corpo físico é só uma (importante, claro) parte desse EU.
Para mim, me olhar no espelho causa um misto de vergonha, culpa e nervoso. Passei anos da minha adolescência sem me olhar em nada que refletisse- devo reconhecer que foram alguns dos anos mais felizes da minha vida, mas isso porque eu simplesmente estava fugindo de mim mesma-.
Hoje sei uma parte do problema em não me acolher, mas desconfio que tem mais coisa.
Ahhh, Danilo🩵
Para mim, o espelho é verdadeiramente um objeto mágico, ou melhor é um Portal, como você descreveu em seu texto.
Para alguns ( euuuuuu🙋) é bem desfiador...mas eu acredito que são esses indivíduos os que mais se beneficiarão desse exercício de reconhecer- se frente ao espelho🥹