Sabe, eu tenho alguns relacionamentos desafiadores na minha vida.
Acredito que você deve ter também.
Então resolvi abrir essa conversa aqui.
Hoje eu estava conversando com a minha irmã sobre um deles.
Inclusive nós duas compartilhamos alguns desses relacionamentos.
Óbvio, né?
Comentava com ela sobre uma estratégia que, de maneira intuitiva eu desenvolvi, para conseguir lidar com essas pessoas que me machucam.
Nada do que eu direi aqui é uma recomendação, conselho e muito menos uma verdade absoluta.
Essa é apenas a minha visão.
A primeira atitude que eu tomei há alguns anos atrás, foi o afastamento físico. Nesse início eu me senti uma pessoa fraca de caráter, aquela que foge para não encarar o problema.
Mas isso acabou acontecendo de maneira natural. Percebi que eu estava me permitindo não estar com tanta frequência no mesmo ambiente que essas pessoas. Deixei a intuição me guiar. Quando eu sentia que não era para estar, eu simplesmente não ia. Não me preocupava mais com desculpas, apenas comunicava minha ausência.
Você deve estar pensando:
- Tá, mas e se esse relacionamento desafiador for com meu chefe ou um colega de trabalho e você não pode nem pensar em perder o emprego.-
- Ou é um vizinho quem te tira do sério, mas você não tem como se mudar.-
Acredite, não interessa quem seja essa pessoa na sua vida.
Sabe porque vai funcionar? Porque o próximo passo é o distanciamento emocional. É separar o que é seu e o que é do outro. É não estar mais se colocando em situações desnecessárias, ou que poderiam ser evitadas.
É se manter como observador e não mais se contaminar com os sentimentos que aquela pessoa ou aquela situação despertam em você.
É sobre se desidentificar.
E é um processo…
Mas posso garantir que vai ficando mais fácil, mais automático.
Aprendi também a me proteger.
Não por medo da dor que aquele relacionamento poderia me causar.
Mas por amor a mim, aos meus sentimentos e a minha inteireza.
É difícil se manter inteira quando alguém consegue exercer sobre você o poder de te desconstruir…
É difícil se manter inteira quando alguma situação mexe nas suas profundezas…
Para mim no final desse processo vem o trabalho de ACEITAÇÃO.
Aceitar o outro, as situações, os desafios, as dificuldades que esse relacionamento traz.
Identificar e aceitar o que essa pessoa desperta em mim: raiva, tristeza, angústia, críticas, sensação de não pertencer ou de estar sempre errada, sensação de não ser amada…
Aceitar o que sinto.
Aceitar que não tenho NENHUM poder sobre o outro. Não devo querer mudá-lo ou convencê-lo a mudar.
Aceitar que cada um de nós está fazendo o possível.
Aceitar que a minha responsabilidade é sobre quem eu sou, ou quem eu quero ser.
O outro é responsabilidade dele. E suas falas e atitudes dizem respeito a ele. Ao que seus olhos enxergam.
Nada além disso.
Volta e meia (e hoje foi um dia desses) quando esses desafios vêm a tona e eu acabo lidando de uma maneira diferente, minha irmã me diz:
-Ah, você age assim ou você faz assado porque você é muito fofa!
Tudo bem, eu sei que sou um pouco fofa!
Mas eu também sou completamente humana!
Nas minhas misérias e nas minhas virtudes também.
E se eu faço esse exercício de compaixão é por mim, pelo meu processo de autoconhecimento e lapidação.
Puro egoísmo mesmo.
Reconhecidamente HUMANA.
Muito amor e consciência,
Maria.
MÚSICA ⋆ The power is here now ⋆ CLIQUE AQUI para ouvir no YouTube ⋆ CLIQUE AQUI para ouvir no Spotify
Que lindo Maria ❤️ quanta assertividade e sabedoria nas tuas palavras minha irmã
Te amo
(#FOFAMESMO)
Eu me afastei de uma parte da minha família também porque percebi que quando estamos juntos, o nosso pior lado vem à tona com força. por anos tentei lidar com isso, mas não consegui (porque chega em um ponto que não depende só de você, né?), e o afastamento foi a melhor decisão. Há quem diga que fui covarde, que estou fugindo do meu karma, pipipi pópópó, mas na boa? Me sinto melhor agora, mais íntegra e completa. E essa história de deixar os outros te massacrarem porque é karma, olha...tem que rever isso ai!