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Higen (Relato de Regressão parte VII)

Esta foi a vida em que me chamei de Higen - e também foi a vida que me deixei ser capturada por meu pai e minha meia-irmã para aplacar a minha consciência e a fúria deles...


JAPÃO, KUMAMOTO, 1528.


Estou em um barco, o vento bate no rosto. Estou feliz, olho para o céu, para o horizonte, me sinto feliz.

Estou usando uma armadura completa.


Foi nessa encarnação em que conheci o Mestre do Barco, estou indo para alguma batalha e aí conhecerei o Mestre.


Sou jovem aqui, estou empolgado, será minha primeira batalha. Quero matar alguém para ficar famoso , tenho 2 espadas na cintura.


Vim da província de Higa ou Shiga (Nota, então devo ser de Okinawa, ou talvez meu sobrenome de família seja HIGA). Essa batalha é em uma floresta de bambu, e tomei uma flechada no ombro, nas costas (o mesmo ombro que tenho paralisado hoje) . Parece que tudo ficou roxo, roxo escuro, como se eu mergulhasse em um líquido roxo. Nunca vi um roxo assim.


Estou tentando tirar a flecha, mas alguém vem e a tira pra mim. Essa pessoa também me afasta da batalha, me coloca sentado contra uma árvore, me chacoalha pelo peitoral da armadura e diz que eu não deveria estar ali. Eu quero continuar, pois ainda não matei ninguém, mas essa pessoa que não consigo ver o rosto me fez sentar de novo e disse que não era sobre isso, que eu estava com a visão errada da coisa, e que não estávamos lá para isso.


Na hora que ele falou isso, comecei a sentir vergonha de toda a minha vida, da minha armadura, das minhas ambições.


Acho que não foi nessa encarnação que conheci o Mestre do Barco, mas só com isso que essa pessoa disse já me deu o insight de que eu estava fazendo coisa errada. A pessoa voltou para a batalha, e eu fiquei lá, tentando levantar e sem saber o que fazer. Contínuo ou deserto?


Batalha de Kumamoto?

1528.


Depois disso eu virei monge. Raspei o cabelo, não sei se virei um komuso. Minha família me renegou porque eu abandonei a batalha e isso manchou o nome, mas estou tranquilo, sei que fiz o certo.


Eu andava pelas aldeias, aldeias bem pobres, e eu escutava as pessoas, dava conselhos. Meu nome de monge era Higen.


Não sei se encontrei de novo a pessoa que me ajudou na batalha, mas isso foi o suficiente pra mudar a minha vida. Eu criticava muito os daimyo (senhores feudais), porque era um período de muita guerra, muita guerra mesmo. Teve uma vez que eu andei por um campo cheio de pessoas decapitadas, cavalos mortos, e eu fiquei muito triste pensando que as coisas não precisavam chegar naquele ponto.


Eu criticava os daimyo, e em alguns feudos eu não podia mais entrar.


Eu morri no Monte Hiei, olhando para o lago Biwa-ko. Morri com uns 30 e poucos anos, não sei do que. Morri e continuei sentada no lugar onde morri, por muito tempo, estava pensando que nada tinha adiantado, que tudo continuava igual e que nada iria mudar.


Alberto apareceu e sentou ao meu lado, eu estava olhando o sol se pôr. Não me assustei com ele, já sentia a presença dele ali.

Eu estava muito amargurada, pois não tinha conseguido mudar nada. Alberto disse que não era minha função mudar. O que eu poderia ter feito, que era dar um pouco de amparo aos camponeses, eu fiz, mas pra mim não era o suficiente, pois os camponeses sofriam por causa das guerras.


Eu tinha parado de dar assistência aos camponeses para bater de frente com os daimyo, pois assim eu achava que isso resolveria os problemas deles, mas não adiantou.


Eu não queria sair dali, não acho que eu tenha direito de sair dali, pois não fiz nada.

Alberto se ergueu e falou que a hora que eu quisesse, era só chamá-lo que ele vinha.



Chamei ele muito tempo depois, tocando um sino em um santuário. Era uma floresta de bambu, tinha muita neblina, e encontrei esse sino em um portal, e toquei 3 vezes, e a neblina ficou muito forte ao meu redor e depois não vi mais nada.


Sei que tem várias pessoas escondidas na neblina, sinto frio e medo.

Me sinto mal, covarde, pois chamei o Alberto porque eu estava sentindo que estava sendo perseguido, sabia que eram várias pessoas, e fiquei com medo. Saí correndo, tropeçando, até que encontrei o sino. Mas o sino não era para chamar o Alberto. Apesar da minha intenção, o sino me jogou no Umbral.


É uma floresta de bambu com uma neblina tão densa que é possível desfazê-la com os dedos, como algodão. Estou tentando procurar o céu e o sol, mas não tem nada.



Escuto gargalhadas de pessoas rindo de mim, zombando, falando de todas as

coisas erradas que já fiz não só dessa vida, mas de outras. Me acusam de ter traído a minha vila, de ter dopado as pessoas para facilitar um ataque, e eu não entendo o que isso quer dizer.


Apareceu a mulher com a filha da visão no México (falo dela no Relato de Regressão V), ela me deu um tapa na cara e gritou muito comigo. Disse que eu fui o culpado por ela e a filha terem morrido queimadas. Ela grita que não adiantava eu me esconder, pois ela sempre iria me encontrar, mesmo que eu mudasse de aparência, porque eu sempre levava ela comigo.


Eu deixo ela me bater, eu mereço tudo aquilo, eu nem levanto do chão. Ela me espanca, cospe em mim, e eu continuo caído no chão, sem me mover.

Me sinto muito triste comigo mesmo. Um sentimento de decepção profunda. Eu já achava que tinha morrido em vão, e aí lembrei de outras vidas e tive certeza de que eu era um inútil.

Sei que basta chamar o Alberto para ele aparecer, mas eu não quero. Eu tenho que ficar ali.

Sinto fome e frio. Não mereço pedir ajuda. Como se o meu sofrimento fosse reparar alguma coisa que eu tenha feito.


Me vejo cortando a cabeça de alguém com um machado. Sou homem, peludo, grande, com barba grande e vermelha, presa fazendo umas bolinhas. 3 dentes na boca. Vivia bêbado. Bêbado e pavio curto.


Quero intervir (eu, Amanda), quero entrar na floresta e me tirar de lá, pois eu (Higen) não vou sair de lá sozinho. Não sei se posso fazer isso.


Eu (Higen) não quero ajuda, e já estou extremamente cadavérico, machucado, um trapo humano. A filha da mulher fala com a mãe que já estava bom, que elas precisavam sair de lá, mas a mãe quer ficar ali até ver a minha aniquilação total.


Alberto está ali, mas não quero olhar para ele. Fiquei muito tempo ali.

A pessoa que entrou na neblina e me puxou de lá foi o Alberto. Senti que alguém me pegou pelas axilas, por trás, e me arrastou para fora dali. A mulher grita, estica as garras na minha direção, mas alguma coisa está segurando ela.


Estamos de volta no alto da montanha com sol.


Quando senti o calor do sol, virei de barriga pra cima, me aquecendo.

Alberto falou que eu ia me destruir daquele jeito, o que eu queria provar com aquilo????


Ele vai me levar para um hospital, pois estou com o períspirito muito danificado.


No hospital eu continuo amargurado, mas pelo menos querendo melhorar.

Alberto vai lá o tempo todo. Ele senta ao lado da minha cama e me pede para falar. Eu falo, mas parece que tudo o que eu falo é inútil, é besteira, mas ele diz que eu tenho que falar, mesmo que eu ache que é inútil, eu tenho que colocar para fora para poder entender o que eu estou falando.

Perguntei pela mulher e a filha, ele disse que não tinha o que fazer por ela agora. Pela filha sim, mas ela jamais sairia de lá sem a mãe. Já tinha uma equipe ali acompanhando elas. Assim que a mãe demonstrasse alguma coisa, eles iriam ajudá-las a sair.


O frio passou, mas sinto fome e cansaço. Lembrei de muitas vidas e percebi que ainda tinha muita coisa para fazer. Alberto diz que eu não precisava fazer tudo aquilo, que o meu problema era fazer planos muito ambiciosos, que com certeza eu não conseguiria cumprir, e depois quando falhasse eu me atiraria em umbrais para me martirizar.


A única coisa que eu precisava aprender era SENTIR.



Parece que estou dentro de uma nave espacial, um lugar com painéis e vidro. Alberto me levou para ver o Mestre do Barco. Não foi na Terra.


Quando eu o vi, tudo desapareceu, desci tropeçando da nave, ele estava lá de braços abertos, me esperando. Abracei ele e comecei a chorar.


O Mestre do Barco disse que eu estava indo bem, eu precisava continuar a fazer o que eu estava fazendo, mas sem me cobrar tanto. Eu estava indo bem, e eu não era uma pessoa tão má quanto eu mesma achava. Aquela mulher estava brava comigo, mas era desentendimento por outras coisas, e que eu não poderia fazer nada para resolver. O que eu poderia fazer era me melhorar.


Parece que vejo asas de anjo roxas.


Eu pego no ombro dele, no rosto dele, ele é muito mais alto que eu, parece que não estou acreditando que é verdade. Mas não consigo ver o rosto dele.


Eu escolhi voltar e ficar longe dele. Eu prometi a ele que eu iria melhorar e conseguir fazer as coisas sozinha, sem a presença dele. Só quero voltar a vê-lo quando me sentir digna.


Ele diz: Mas eu sempre vou estar com você, só não vou estar na Terra, mas eu te olho daqui. Tudo o que você precisa fazer é chamar. E você precisa parar de ficar carregando culpa, porque quanto mais você se coloca em lugares densos, menos você consegue sentir a minha presença e a do do Alberto (embora eles nunca parassem de ter contato comigo).


O lugar é lindo, mas incomum; as árvores parecem pirulitos, troncos bem fininhos e a copa redonda e brilhante, com uns pontinhos brilhantes e roxos. O céu é lilás, e tem umas coisas nele. Tem cachoeiras de água rosa, pois refletem o céu. Tem uma canção no ar, um cheiro que é música, não sei explicar. Sinto o coração muito leve e o corpo muito pesado.


Estou determinada a fazer tudo diferente, embora eu saiba que a minha determinação oscila igual a luz de Natal.


Voltei para o chalé e estou planejando a próxima encarnação, e estou animada. Não sei dizer se isso tudo foi uma visão da tia do México ou se sou eu (Higen) lembrando da tia do México. Acho que sou a tia do México, que quando cheguei nesse ponto das visões, me tornei o Higen.


Estou muito agradecida ao Alberto, por ele ter me levado, pois para me levar eu tive que passar por um preparo no meu períspirito para a viagem.


Eu tenho que confiar mais em mim mesma. Não posso ficar me apegando a dor (que eu gosto muito de fazer). Tenho que confiar, pois estou indo bem e todos estão felizes com o meu progresso. Devo seguir em frente.


*Nota: a mulher do México é o meu pai, e a filha dela é a filha dele que entrou em contato comigo a um tempo atrás, uma das minhas meia irmãs. Eles (meu pai e a filha dele) estão ainda muito ligados carmicamente.


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Ah, o que dizer dessa vida?

Higen fez coisas muito boas pelos aldeões, mas é claro que eu, chata de galocha que sou, foquei só na parte que faltava.

E por que eu deveria fazer coisas grandes? Quem me colocou nessa posição? Sou algum tipo de herói de livro de fantasia, A Escolhida?

Pequenas atitudes valem muito, e estou aprendendo isso só agora.

Bom, antes tarde do que ainda mais tarde, né?


E eu vi o Mestre do Barco. Pela minha própria descrição, parece com a descrição do Bernard Palissy do planeta Júpiter. O ar com cheiro de música eu consigo sentir até hoje, mas não consigo explicar o rolê dessa sinestesia.







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