Terminei as sessões de regressão há quase 6 meses, mas continuo a juntar os pedaços.
Ontem a noite terminei de ler um livro que já tinha lido umas 59 vezes. E ao terminar, fui atingida pelo raio da compreensão.
Algumas explicações:
- Este livro fala sobre um personagem que sentia-se covarde por ter falhado em uma situação na sua infância, e em sua vida adulta, decide participar voluntariamente da batalha nas Termópilas (aquela dos 300 de Esparta contra uma pá de persa em um desfiladeiro estreito). Ele tem a possibilidade de fugir no último dia, mas se recusa, e morre junto de seus companheiros (e fecha em sua cabeça o ciclo de se achar um covarde).
Esta história, o arco desse personagem, sempre me tocou profundamente, mas nunca soube o motivo.
- Tem um jogo com um personagem que se prepara a vida toda para um momento de batalha final ao lado de um amigo, mas no momento da luta, ele acaba hesitando e seu amigo morre. Ele sai desolado do lugar, acaba morrendo por um ferimento, mas seu espírito continua preso naquele mundo. Então ele decide acompanhar outras pessoas em uma situação parecida, mas na hora H, desta vez ele fica até o fim. Ao final da batalha, seu espírito descansa.
Este é outro personagem que sempre me emocionou.
O que eles têm em comum?
O fato de terem fraquejado em um momento importante, e terem carregado essa culpa até que conseguiram se redimir aos próprios olhos.
Aqui no Portal, na parte do meu Blog, relatei algumas vidas que vi em sessões de regressão. A principal vida que vi foi a que chamei de Mestre Do Barco. Nela, no Japão feudal, me despedi de meu mestre em uma praia, ele foi para um duelo e morreu. Vivi perturbada com isso até o momento da minha própria morte. Senti que o abandonei, que fui covarde e indigna.
Depois o reencontrei, ele está bem, feliz e não me culpa - mas EU continuei a me culpar.
Percebi que em momentos de ato falho, continuo a me desprezar e me auto sabotar. Mas nunca entendi o motivo, a origem de tanto ódio e desprezo por mim mesma.
Até ontem a noite.
Quando saquei o link entra essas situações, na mesma hora me peguei pedindo perdão ao Mestre do Barco, mas uma voz na minha cabeça me disse:- Ele nunca te culpou. VOCÊ é que tem que se perdoar. Peça perdão a si mesma.
Nesta vida, sempre fui a pessoa que fica até o fim de qualquer coisa. Me sinto bem em encerrar ciclos, em estar presente no final de situações - qualquer situação mesmo. E compreendi que ainda carrego esta impressão dentro de mim, mais de 500 anos depois da vida no Japão.
Acho que para algumas pessoas, investigar suas vidas passadas pode não ser uma boa ideia. Mas para mim foi muito importante, porque percebi que sempre me coloco em perigo, sempre sinto prazer em me destruir, na esperança de que alguém venha me perdoar, me resgatar de mim mesma.
Quando na verdade, a única pessoa que pode me salvar e me libertar sou eu mesma.
Nesta vida no Japão eu era muito jovem, muito impulsiva, com um conhecimento muito raso da vida. Me meti em encrenca, e desta encrenca uma guerra entre clãs poderia ter destruído várias vidas inocentes. Meu Mestre impediu que eu comparecesse a um duelo, ele foi no meu lugar, totalmente desarmado. Ali ele foi morto, e a situação não degringolou para um massacre graças à sua atitude. Ele morreu como viveu, fiel às suas convicções, e ao morrer ainda me deixou um exemplo prático de como conduzir uma situação de risco em um mundo inflamado.
Eu só fui entender sua atitude do século XVI hoje, no século XXI.
Agora sigo mais consciente desta ferida, e quando a gente conhece o nome da doença que nos assola, fica mais fácil de tomar o remédio certo para a cura.
Agradeço a você, que leu este relato até aqui, e que talvez tenha acompanhado a saga das minhas vidas anteriores. Agradeço aos meus amigos do Cura, à nossa mestra Andreia por sua intuição afiada e seu amor infinito.
Só posso agradecer com palavras, mas me curar com ações.
Me arrepiei inteira!
Que honra te conhecer, te ler e ser testemunha desse teu processo lindo...
Quanta verdade carregam as suas palavras🤍
Que a gente siga caminhando e se curando juntos 🤍🤍🤍🤍
Amanda, que texto FODA!
Eu admiro muito a sua força e coragem.
Não é pra qualquer um descer nas profundezas do inconsciente, buscar respostas, e ainda sair de cabeça erguida e disposta a corrigir os erros que encontrou.
Sua história, ou melhor, suas histórias me inspiram muito!
Tamo junto